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Mediador Escolar para Crianças Autistas

 Segundo orientações da Dra. Carla Gikovate, Pedrinho precisa de Facilitador ou Mediador escolar, ano que vem vamos colocar essa ´rpatica em funcionamento, mas por enquanto este ano, a babá da sala dele, Tia Gigi, está exercendo um pouco do que seria o papel do facilitador. Pedro já está absolutamente acostumado com ela e colocar outra pessoa nesta altura do campeonato seria complicado para ele. Abaixo, segue um pouco do que seria o papel do facilitador. * fonte  Site: www.carlagikovate.com.br


O papel do facilitador é funcionar como intermediário nas questões sociais e de linguagem. O objetivo é ensinar para a criança com sintomas do espectro autístico como participar das atividades sociais, como se relacionar com crianças da sua idade e o que se espera dela em cada situação. Em alguns momentos é necessário traduzir a informação auditiva (ordens verbais) em informações visuais, apontando ou mostrando figuras relacionadas com o que foi dito.

E por que é necessário alguém disponível só para isto?

Vamos partir da seguinte situação: aula de educação física.
O professor dá sucessivas orientações verbais para as crianças da turma.
- “Cada um pega um bastão e se posiciona na fila. Quando eu falar já, deve correr, bater a mão na parede e voltar para o lugar.”
A criança com dificuldade não entenderá as instruções, não entenderá o objetivo e provavelmente ficará andando ou se entretendo com algum detalhe da sala, mas fora da atividade proposta.
De repente, a criança inicia um ataque de birra que ninguém sabe por quê.
O professor interrompe a atividade, tenta controlar a criança sem sucesso e a leva para outra sala onde alguém fica “tomando conta” dela. Infelizmente ela perdeu a oportunidade de aprender novas palavras, de estar com o grupo e causou uma impressão negativa nas outras crianças que não entenderam o seu comportamento.
Agora vamos ver a mesma cena como facilitador.
Assim que o professor de educação física deu as instruções, o facilitador parte aquela informação em pequenas informações e ensina a criança a olhar para o grupo para entender o que se espera dela. Por exemplo:
- “Vamos pegar o bastão (mostrando o que é o objeto) assim como a amiga fez (e aponta para outra criança)”.
Caso a criança em questão não dirija o olhar para onde está sendo solicitado, o facilitador tem a oportunidade de dirigir o rosto da criança para que ela não perca a informação relevante. E assim sucessivamente com os outros passos da ordem dada pelo professor (“agora vamos para a fila” e mostra para a criança o que é a fila).
Como o facilitador tem a possibilidade de observar detalhadamente o comportamento da criança, ele percebe detalhes que seriam perdidos por um professor encarregado por um grupo.
No exemplo acima, o facilitador observou que o ataque de birra tinha se iniciado no momento que os bastões tinham sido jogados em uma caixa. O barulho da madeira dos bastões batendo na caixa causou desconforto sensorial (comum em crianças de transtorno invasivo do desenvolvimento) e este foi o fator desencadeante da birra.
Nesta hora, o facilitador pode intervir explicando que foi o barulho da madeira e que a criança não precisa se preocupar que o barulho já acabou. Se a situação ficar muito difícil, o facilitador pode ir beber água com a criança a ensiná-la a se acalmar.
Além disto, o facilitador poderá explicar para outras crianças que perguntarem o que aconteceu (“não se preocupe, foi só o susto que ela levou com o barulho dos bastões. Sabe, os ouvidos dela se incomodam com alguns barulhos. Mas já está tudo bem, obrigada pela sua preocupação”).

Estas intervenções sendo feitas diariamente trazem imenso benefício para a melhora do quadro de autismo (qualquer que seja o grau). Infelizmente, este atendimento 1:1 (1 profissional para 1 aluno) dentro de uma sala de aula regular é difícil de por em prática dentro da realidade da educação pública. O custo é muito alto.
Aos poucos, algumas escolas privadas estão adotando os facilitadores para estes alunos e em pouco tempo percebem a evolução.


1 comentários:

Anônimo disse...

Nossa,muito esclarecedora a sua explicação...

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